quinta-feira, 5 de julho de 2012

Há 155 ANOS NASCIA CLARA ZETKIN: A Grande organizadora das mulheres operárias e socialistas




Por Andrea D´atri (Dirigente do Partido dos Trabalhadores Socialistas, organização irmã da LER-QI na Argentina)

Em 5 de julho de 1857 nascia Clara Zetkin, a mulher que a partir do Partido Socialdemocrata alemão se transformaria na maior organizadora das mulheres operárias e socialistas de seu tempo


Organizar as mulheres, mesmo com a proibição do governo.
Na Alemanha, sob o regime imperial, as mulheres, os estudantes e os aprendizes de ofícios eram proibidos de aderir às organizações políticas e participar de reuniões onde se discutia política. Em meados de 1902 esta lei foi alterada: A partir de então as mulheres passaram a ter direito à atividade política, mas sempre e enquanto a exerciam separadas dos homens. Por esta razão o Partido Social democrata alemão impulsionou a formação de sua seção feminina que, com Clara Zetkin a frente, organizou as Conferências Internacionais de Mulheres Socialistas reunindo centenas de delegadas de toda a Europa. Entretanto, a proibição legal não parecia ser a única razão para a organização das mulheres socialistas: O Ministério do Interior, que espionava os revolucionários, assinalava em um de seus informes secretos que os próprios homens socialistas opunham uma “resistência passiva” à participação das mulheres no partido!
Pelo direito das mulheres trabalhadoras
Clara Zetkin denunciou  a situação de opressão da mulher trabalhadora no capitalismo, lutou por todos os direitos das mulheres trabalhadoras a começar pelo direito a igual salário por igual trabalho. Também combateu todas as restrições que impediam as mulheres de fazer política; denunciou a hipocrisia do matrimônio burguês e advogou pelo direito da mulher “dispor de si mesma”. Esteve a favor da livre decisão das mulheres sobre o aborto e o uso de  anticoncepcionais mesmo com a oposição de alguns dirigentes do Partido Social democrata alemão, e da educação laica e mista. Lutou pelo direito ao voto, assim como outras mulheres feministas burguesas, sempre defendendo que havia que “lutar juntas, mas marchar separadas” e conseguiu que a social democracia alemã fosse o primeiro partido político europeu a incluir este direito em seu programa. Foi Clara Zetkin quem propôs que no 8 de março se comemorasse o Dia Internacional das Mulheres.
Junto a Rosa Luxemburgo, Lenin e Trotsky contra a Traição da Social Democracia
Quando os deputados socialdemocratas aprovaram no parlamento os créditos de que guerra, que levariam a carnificina da 1º Guerra Mundial, Clara Zetkin junto a sua amiga, a revolucionária Rosa Luxemburgo, e outros dirigentes da ala esquerda enfrentaram esta traição da direção do partido. Tanto Clara Zetkin como Rosa Luxemburgo foram presas e exiladas durante a guerra por defenderem posições antibelicistas. Isso levou que se unissem a Lenin, Trotsky e outros dirigentes socialdemocratas de distintos países que compartilhavam do rechaço ao caminho que havia tomada a maioria da socialdemocracia e defenderam a formação de uma nova organização internacional, a Internacional Comunista.



As Teses para a propaganda entre as mulheres
Em pouco tempo Zetkin torna-se amiga de Lenin, com quem se encarrega de elaborar algumas teses para o trabalho político entre as mulheres, que será referendada no III Congresso da Internacional Comunista. Ali Clara assinalava que era necessário “admitir as mulheres como membros com os mesmos deveres e direitos que o restante dos membros do partido e em todas as organizações proletárias (sindicatos, cooperativas, comissões de fábrica, etc)” como também “combater os preconceitos relativo às mulheres nas massas do proletariado masculino, fortalecendo o espírito dos operários e operárias na ideia de solidariedade de interesses dos proletários de ambos os sexos”. Estava convencida de que o princípio fundamental do trabalho político entre as mulheres deveria ser a “agitação e propaganda por meio dos acontecimentos”. Com isso se referia a “ação para despertar a iniciativa da trabalhadora para acabar com sua falta de confiança em suas próprias forças e mobilizá-la no terreno da organização e da luta, para ajudá-la a compreender por meio da realidade que toda a conquista do Partido Comunista, toda ação contra a exploração capitalista, é um progresso que alivia a situação da mulher.”
Clara Zetkin morreu na Rússia em 1933. Mas ficou imortalizada na História da Classe Operária mundial como a revolucionária que sempre lutou pelos direitos e organização das trabalhadoras e mulheres socialistas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário