domingo, 7 de outubro de 2012

INDONÉSIA: GREVE GERAL POR SALÁRIOS E CONTRA A PRECARIZAÇÃO


COMO MAIS UM EXEMPLO DOS NOVOS "TEMPOS" QUE ESTAMOS VIVENDO, SOBRETUDO COM A CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL E SEUS DESDOBRAMENTOS POLÍTICOS, SOCIAIS E IDEOLÓGICOS, O BLOG "ADEUS AO CAPITAL", COMPROMETIDO COM A LUTA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES, PUBLICA UM ARTIGO DE DIEGO DALAI, DO ÚLTIMO NÚMERO DO JORNAL "A VERDADE OPERÁRIA" (PERIÓDICO DO PTS, ORGANIZAÇÃO IRMÃ DA LER-QI NA ARGENTINA) A RESPEITO DA RECENTE GREVE GERAL NA INDONÉSIA.
ACHAMOS FUNDAMENTAL QUE OS REVOLUCIONÁRIOS, E TODOS AQUELES QUE COMPARTILHAM DA LUTA SEM FRONTEIRAS DA CLASSE OPERÁRIA E DOS OPRIMIDOS, ACOMPANHEM DETIDAMENTE A SITUAÇÃO INTERNACIONAL E PRINCIPALMENTE OS PRIMEIROS PASSOS DA CLASSE TRABALHADORA NO RESGATE DE SUA ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS DE LUTA, ASSIM COMO TAMBÉM NA SUA SUBJETIVIDADE ANTICAPITALISTA. ESSE É UM TERRENO FÉRTIL PARA TODOS AQUELES QUE COMPARTILHAM DA ESTRATÉGIA MARXISTA REVOLUCIONÁRIA DEIXADA POR GRANDES REVOLUCIONÁRIOS COMO MARX, ENGELS, LENIN, ROSA E TROTSKY.

Greve Geral por salários e contra a precarização do Trabalho.

Por: Diego Dalai

Indonésia: Um gigante industrial sai a lutar.





Cerca de três milhões de operários industrias protagonizaram uma massiva greve geral na última Quarta-Feira ( 3 de outubro) nesse país do sudeste asiático. Nos parques industriais mais importantes do país as atividades ficaram totalmente paralisadas. Entre as empresas mais afetadas se encontra a petroleira estatal “Pertamina”.
Dezenas de milhares de operários se mobilizaram por todo o país, especialmente nos distritos industriais, mas também na capital, Jacarta, assim como em outras várias importantes cidades do arquipélago. Com essa modalidade “descentralizada” de protestos foram afetados 80 parques industriais e 24 cidades. A polícia montou um imenso operativo em torno das marchas com milhares de efetivos. Somente em Jacarta colocou 15.000 policiais para defender os edifícios do governo e outros pontos estratégicos.

Por salários e contra a precarização.



O protesto foi convocado pelas centrais sindicais KSPI e KSBSI e encabeçado, entre outros sindicatos, pelo “Indonesian Metal Workers Federation” (Federação dos operários metalúrgicos indonésios – FSPMI). Os operários exigem um aumento substancial dos salários e o fim da lei de contratos temporários, sistema conhecido como “outsourcing”, que nem ao menos garante um serviço de saúde aos trabalhadores. Dessa maneira, essa luta se torna muito importante já que ataca um aspecto essencial da exploração capitalista e ajuda a unificar o conjunto dos trabalhadores. Principalmente se levarmos em conta que muitas empresas até então radicadas na China estão começando a investir mais em países como Vietnã e Indonésia, onde o preço da mão de obra é ainda mais barato. Há alguns meses a referida lei de contrato temporário foi declarada inconstitucional pelo próprio Tribunal Constitucional da Indonésia, mesmo assim o sistema continua em pleno vigor.
Os empresários, através da Câmara de Comércio, rapidamente saíram a exigir do governo que mantenha o contrato temporário, que dura um ano até que os empregados possam ser efetivados. A Indonésia é uma das grandes “oficinas do mundo” com milhões de operários industriais e de serviços e uma grande concentração de multinacionais imperialistas que aproveitam do baixo custo salarial e da extensa precarização laboral. Esse alto nível de “industrialização” não pode esconder as milhões de pessoas que vivem na miséria e no desemprego. Segundo dados oficiais existem 32 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza (13% da população). Em que pese o relativo baixo índice de desemprego (6%), o salário mínimo é de 1,5 milhões de rupias (moeda local), enquanto estudos indicam que para viver dignamente seja necessário cerca de 3,7 milhões. Por isso mesmo, o aumento dos salários e o fim da precarização são os motores da atual mobilização.
Em meio a uma crise econômica que atravessa o mundo, esta greve, junto a outros inúmeros conflitos trabalhistas que registra a China e outros países da região como a Coréia do Sul ou a Índia, é uma demonstração confiável da força que a classe operária pode alcançar. 

4 de Outubro de 2012

Tradução: Rafael dos Santos

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